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Os hábitos diários podem ser decisivos para ter um cérebro saudável na terceira idade. Um estudo norte-americano mostrou que mudanças no estilo de vida podem evitar o declínio cognitivo em adultos com mais de 60 anos sem a necessidade do uso de medicamentos.
Os benefícios são vistos mesmo em pessoas com alto risco de desenvolver Alzheimer, segundo estudo publicado na segunda-feira (28/7), no The Journal of The American Medical Association (JAMA). Os resultados foram apresentados na Conferência Internacional da Associação de Alzheimer (AAIC, na sigla em inglês), no Canadá.
“Identificar novas intervenções para retardar e prevenir o declínio cognitivo associado à demência é fundamental. Intervenções não farmacológicas que visam fatores de risco modificáveis são abordagens promissoras, de custo relativamente baixo, acessíveis e seguras”, escreveram os autores no artigo.
O que é demência?
- Demência é um conjunto de sinais e sintomas, incluindo esquecimentos frequentes, repetição de perguntas, perda de compromissos ou dificuldade em lembrar nomes.
- Atualmente, o SUS oferece diagnóstico e tratamento multidisciplinar para pessoas com demência, incluindo Alzheimer, em centros de referência e unidades básicas de saúde.
- O diagnóstico precoce permite ações terapêuticas que podem retardar sintomas, aliviar a carga familiar e melhorar a qualidade de vida.
- Dados do Ministério da Saúde mostram que até 45% dos casos de demência podem ser prevenidos ou retardados.
Mudanças em três pilares
O estudo contou com mais de 2,1 mil voluntários, com idades entre 60 e 79 anos, espalhados por cinco centros acadêmicos nos Estados Unidos. Para estarem elegíveis e participar da pesquisa, os indivíduos precisavam apresentar fatores de risco para declínio cognitivo, como estilo de vida sedentário, alimentação pobre em nutrientes, problemas cardíacos e metabólicos e histórico familiar de perda de memória.
Durante dois anos, os participantes foram incentivados a adotar hábitos saudáveis em três frentes principais: rotina alimentar saudável, exercícios físicos regulares e treinamentos cognitivos diários.
Os voluntários adotaram uma alimentação combinada com duas dietas famosas: a MIND e a DASH. A primeira é voltada para a saúde cerebral, priorizando vegetais, frutas vermelhas, grãos integrais, azeite de oliva, peixes e nozes, além de limitar o consumo de carnes vermelhas e processadas, queijos e doces. Já a DASH é um plano alimentar focado em reduzir a pressão arterial e promover a saúde em geral.
Durante os dois anos, os voluntários também foram incentivados a realizar exercícios aeróbicos, treinos de resistência muscular e alongamentos. Os participantes também utilizaram o programa BrainHQ, que propõe desafios mentais diários para estimular memória, atenção, linguagem e raciocínio, além de outras atividades intelectuais e sociais.
Os participantes foram divididos em dois grupos. Um deles passou por 38 encontros presenciais com especialistas e o outro foi autodirigido, participando apenas de seis reuniões presenciais, com maior liberdade para adaptar as recomendações.
Resultados significativos sem medicamentos
Ao final da pesquisa, 89% dos participantes completaram o programa. Os pesquisadores observaram um aumento estatisticamente significativo nas pontuações cognitivas globais compostas – índice que avalia múltiplas funções cerebrais, como memória, atenção, linguagem e função executiva.
Os benefícios foram mais evidentes no grupo que passou pelas 38 consultas presenciais. Outro ponto chamou atenção dos pesquisadores: os ganhos na saúde cerebral foram alcançados sem nenhum auxílio farmacológico.
“A próxima geração de tratamentos para doenças como o Alzheimer provavelmente integrará estratégias medicamentosas e não medicamentosas”, considera a autora do estudo, Heather Snyder, pesquisadora da Alzheimer’s Association, em comunicado à imprensa.
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