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Rewrite this title naturally: Famílias buscam respostas sobre brasileiros que foram lutar na Ucrânia



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Enquanto civis pagam o preço da guerra entre Rússia e Ucrânia, famílias no Brasil enfrentam seus próprios dramas pessoais. Elas buscam informações de parentes que viajaram ao Leste Europeu para lutar no conflito, mas acabaram morrendo em combate.

Brasileiros na Ucrânia

  • Desde o início da guerra, um alto número de brasileiros se juntaram à forças da Ucrânia contra a Rússia. 
  • Com contratos que variam de US$ 550 e US$ 4.800, os brasileiros fazem parte da Legião Internacional de Defesa Territorial da Ucrânia, ligada ao Exército ucraniano.
  • A última estimativa é de que mais de 20 brasileiros estejam desaparecidos no conflito.
  • No mundo diplomático, um combatente com status de desaparecido é considerado morto, ainda que seu corpo não tenha sido encontrado.

No final de junho, mais três brasileiros foram dados como mortos na guerra, enquanto lutavam ao lado de tropas da Ucrânia. Entre eles estão Gustavo Viana Lemos, natural de Santa Catarina, e Gabriel Pereira, nascido em Minas Gerais.

A informação foi amplamente divulgada em canais militares ligados ao Kremlin, e confirmada aos familiares no Brasil por combatentes que atuaram ao lado dos brasileiros no front.

Os dois, contudo, seguem com status de desaparecidos. O que, na linguagem diplomática, é considerado como mortos, ainda que seus corpos não tenham sido encontrados.

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Gustavo Viana Lemos

Reprodução/Redes sociais2 de 2

Gabriel Pereira

Reprodução/Redes sociais

 

Sonho de ir para a guerra

Gustavo Viana nasceu em Santa Catarina, e chegou a servir a Marinha do Brasil, antes de atuar como segurança privado. Segundo a família, o jovem de 31 anos sempre sonhou em participar de uma guerra como soldado — sonho que se tornou realidade no início do ano.

Apesar de a família ser contra, Gustavo se alistou voluntariamente na Legião Internacional para a Defesa Territorial da Ucrânia, associação ligada às Forças Armadas do país liderado por Volodymyr Zelensky. Ele chegou ao país em 21 de fevereiro, e passou por treinamentos até ser enviado para sua primeira missão, no fim de junho.

O catarinense era um dos membros da 3ª Brigada de Assalto da Legião Internacional ucraniana, uma das primeiras unidades de estrangeiros criadas após o início do conflito, em 2022.

Mas, após cerca de cinco meses combatendo tropas russas, Gustavo morreu durante uma missão. Antes de ir para o front, o brasileiro pediu a um de seus companheiros de unidade — que desertou antes da missão —- entrasse em contato com sua família no Brasil, caso morresse em combate.

A notícia chegou na última semana, e desde então a família de Gustavo diz estar vivendo no escuro, sem informações concretas do governo ucraniano, ou do Ministério das Relações Exteriores do Brasil.

“Nós entramos em contato com o Itamaraty, com os recrutadores [ucranianos], e ninguém sabe dizer onde ele está. O que nos falam é que precisamos esperar a notificação oficial vinda das Forças Armadas da Ucrânia sobre da morte dele”, afirma Mariana Viana Bonazza, uma das primas do brasileiro. “Nós, da família, estamos sem chão e sem acreditar. Sabemos que não vamos mais ter o corpo dele, mas queremos uma confirmação oficial para ficarmos tranquilos”.

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Morto na mesma missão

Diferente de Gustavo, Gabriel Pereira nunca expressou desejos de atuar em uma guerra, ainda que tenha prestado o serviço obrigatório no Exército Brasileiro. Por isso, a família acreditar que ele foi atraído pela oferta de um bom salário, em dólar, na Legião Internacional.

Antes de ir para a Ucrânia, o jovem de 21 anos trabalhava em uma agência de viagens na capital de Minas Gerais, Belo Horizonte.

Sem que a família soubesse, ele decidiu abandonar o emprego e se alistar na legião de estrangeiros do Exército da Ucrânia, onde também alocado na 3ª Brigada de Assalto.

Mesmo no campo de batalha, Gabriel mantinha contato com os familiares no Brasil, e relatou alguns problemas na Legião Internacional antes de morrer. Entre eles, reclamações sobre equipamentos defasados e maus tratos contra estrangeiros, que seriam enviados para as piores posições do conflito.

Ao Metrópoles, Gustavo Alves Ferreira, o irmão do brasileiro revela que a família teve conhecimento da morte de Gabriel no último dia 21 de julho. O jovem morreu na mesma missão que Gustavo Viana, o catarinense que sonhava em ir para a guerra. Os dois seguem desaparecidos.

Incertezas

A falta de informações sobre o destino de Gustavo e Gabriel abre um leque de dúvidas para as famílias que estão no Brasil, assim como suspeitas de negligência com os combatentes.

“Os brasileiros com quem conversamos, que estavam na Ucrânia, dizem que isso [o desaparecimento dos corpos] é interessante para o governo ucraniano, já que, sem a confirmação da morte, eles não são obrigados a pagar a indenização”, afirma Gustavo Alves Ferreira.

Além de salários que vão de US$ 550 a US$ 4.800, o contrato de estrangeiros com a Legião Internacional prevê uma indenização de US$ 400 mil para a família, caso o militar morra na guerra.

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil ainda não se pronunciou sobre o caso envolvendo Gustavo e Gabriel. Procurado pela reportagem, o governo da Ucrânia também não deu respostas sobre a morte dos combatentes brasileiros. O espaço segue aberto para manifestações.

Fontes ligadas à diplomacia ucraniana, porém, dizem que o órgãos do país aguardam o procedimento padrão para casos do tipo.

“Se o Exército nos envia informações sobre a morte ou desaparecimento de um soldado estrangeiro, informamos à família como receber a indenização e fornecemos o contato do oficial responsável pela assistência”, disse um funcionário do governo sob condição de anonimato.

Até o momento, os dados sobre o número de indenizações pagas pelo governo ucraniano a família de brasileiros mortos na guerra ainda é incerto. A última estimativa da diplomacia brasileira é de que nove cidadãos do país tenham morrido na guerra da Ucrânia desde 2022.

Questionados sobre o assunto, funcionários da diplomacia brasileira em Kiev afirmam não podem interferir na “relação contratual entre eles [combatentes] e o governo da Ucrânia”.

“O único papel legal que o apoio consular pode prestar é em casos de proteção diplomática que envolva situações humanitárias, ou de direitos humanos, Mas jamais em contratos pessoais”, disse uma fonte com conhecimento sobre o assunto.

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