
Rewrite the content below in a natural and informative way. Keep the HTML tags:
Diga aí: que nome da direita, hoje, mesmo ausente e algemado em casa a uma tornozeleira eletrônica, seria capaz de reunir na Avenida Paulista 37,6 mil pessoas a pedir que a justiça o absolva e permita sua candidatura a presidente nas próximas eleições?
Tarcísio de Freitas, que faltou à manifestação para submeter-se a um procedimento médico sem nenhuma urgência, ao invés de remarcá-lo para ir reverenciar quem o elegeu governador de São Paulo? Tarcísio pode ser um bom administrador, mas político, não.
Romeu Zema, governador de Minas Gerais, reuniria uma multidão parecida diante do Palácio da Liberdade ou em qualquer outro ponto de Belo Horizonte? E Ronaldo Caiado, governador de Goiás? E Ratinho Junior, governador do Paraná? Esse, talvez reunisse.
O público que compareceu ontem à Avenida Paulista foi três vezes maior que o último a bater ponto no mesmo lugar em 29 de junho passado. Verdade que foi menor que o de 7 de abril (44,9 mil). E muito menor que o de 25 de fevereiro de 2024 (185 mil).
Também pudera. Somente em novembro de 2024, a Polícia Federal indiciou Bolsonaro e outras 34 pessoas por tentativa de golpe de Estado e organização criminosa. E somente em fevereiro deste ano, a Procuradoria-Geral-da República as denunciou.
A denúncia foi aceita pelo Supremo Tribunal Federal e vai completar apenas três meses depois de amanhã. O processo corre rápido, mas dentro dos prazos legais. Há provas de sobra para condenar Bolsonaro. Só seus seguidores se recusam a ver.
Há os que veem e não ligam. E os que foram a favor do golpe e continuam sendo. São esses, principalmente esses, e os ferrenhos antipetistas que seguem dispostos a encher as ruas a cada chamado de Bolsonaro ou dos seus porta-vozes. Muita gente,.
Outra pergunta decorrente da primeira: por que Bolsonaro, mesmo que condenado, deveria apressar-se a apoiar outro nome à sucessão de a Lula? Não que a anistia acalentada por ele seja possível. Se aprovada pelo Congresso, o Supremo a derrubaria.
Ocorre que se Bolsonaro escolher cedo o herdeiro dos seus votos, nascerá grama à porta do seu local de prisão e ele perderá relevância. O contrário pode ser verdade: quanto mais demorar a ungir o novo líder da direita, mais Bolsonaro aumentará seu cacife.
A eleição presidencial de 2026 se dará à sombra de Bolsonaro, goste-se disso ou não. A direita civilizada, que em 2018 votou nele, não gosta. Lula, pelo menos até aqui, está gostando.