
Rewrite the content below in a natural and informative way. Keep the HTML tags:
Com a realização da COP30 marcada para novembro de 2025 em Belém (PA), o Brasil se prepara para assumir um papel central no debate climático global. A poucos meses do evento, que reunirá lideranças internacionais para discutir a crise climática, vozes da política, ciência e sociedade civil já apontam os caminhos para um protagonismo que vá além da diplomacia e se traduza em soluções concretas — com a Amazônia no centro das decisões e não somente como cenário.
Participaram do debate, promovido pelo Metrópoles, Ponto de Mudança, nesta quinta-feira (26/6), nomes centrais da agenda ambiental brasileira, como Sônia Guajajara, ministra dos Povos Indígenas, Ana Toni, CEO da COP30 e secretária nacional de Mudança do Clima.
Também participaram do debate o climatologista Carlos Nobre, membro do Painel Científico para a Amazônia; Camille Bemerguy, secretária-adjunta de Bioeconomia do Pará; Fabio Cruz, head de ESG e Risco Climático da XP Inc.; Fernanda Stefani, CEO e cofundadora da 100% Amazônia; Luiz Piauhylino Filho, secretário de Hidrogênio Verde do INEL; e Eduarda Zoghbi, fundadora da MPower Brasil. Todos integraram o time de especialistas reunidos para discutir os desafios e oportunidades rumo à COP30.
Juntos, eles discutiram os caminhos para o Brasil chegar à COP30 com propostas concretas e liderança global na pauta climática.
Voz para Amazônia
A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, ressaltou a importância de sair da COP30 com compromissos reais: “Estamos trabalhando intensamente para podermos sair deste encontro com ações concretas”.
Guajajara destacou o protagonismo indígena na formulação de propostas para a conferência e mencionou iniciativas como o programa Pintar e Catu, que discute a participação dos povos originários no orçamento público.
Para Ana Toni, CEO da COP30, a conferência representa uma “oportunidade histórica” para o Brasil se reposicionar no cenário global.
“Não é apenas um dever formal — é a chance de mostrar que o Brasil pode ser um provedor de soluções climáticas”, afirmou.
Toni apontou ainda a importância do país liderar temas como financiamento climático, transição ecológica justa e justiça social ambiental.
No setor privado, Fabio Cruz, Head de ESG e Risco Climático da XP Inc., também destacou o potencial estratégico da conferência. “Esperamos que o Brasil tenha a capacidade de influenciar e colocar seus interesses na mesa”, disse.
Para ele, três temas devem ganhar centralidade: o combate ao desmatamento, a valorização econômica da biodiversidade e o fortalecimento do financiamento verde.
A secretária-adjunta de Bioeconomia do Pará, Camille Bemerguy, reforçou a ideia de que a Amazônia não pode ser somente palco da COP — precisa ser protagonista do conteúdo e das soluções.
“Durante muito tempo, as discussões sobre a Amazônia aconteceram longe dela. Agora, com a COP30, o movimento se inverte. É a floresta falando por si”, afirmou. Segundo Camille, romper com o imaginário distante sobre a região é essencial para construir um novo pacto ambiental mais conectado à realidade local.
Arco da Restauração
Já o renomado climatologista Carlos Nobre alertou para os números que mostram a urgência de medidas efetivas. A Amazônia possui 6,5 milhões de quilômetros quadrados, abriga 47 milhões de pessoas e enfrenta um desmatamento crescente — 90% dele ilegal, segundo o especialista. Nobre destacou que cerca de 860 mil quilômetros quadrados já foram desmatados desde os anos 1970, formando o chamado “arco do desmatamento”, agora expandido por um segundo arco em formação.
Como resposta, Nobre citou o projeto Arco da Restauração, lançado pelo BNDES na COP28, em Dubai, e inspirado em estudos do Painel Científico para a Amazônia, do qual ele faz parte. O plano prevê restaurar 24 milhões de hectares até 2050, sendo 6 milhões até 2030.
“O custo é alto, mas o potencial de transformação é maior. E o mais importante: o projeto já começou”, disse.
A COP30 irá acontecer no final de 2025, entretanto, os discursos que se intensificam até lá mostram que o Brasil não quer apenas sediar um evento climático, e sim liderar um novo capítulo global, com a Amazônia no centro da equação entre desenvolvimento e preservação.