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O dólar operava perto da estabilidade nesta quinta-feira (31/7), abrindo a última sessão de julho ainda sob os impactos do tarifaço comercial sobre os produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, detalhado na véspera pelo governo do presidente norte-americano Donald Trump.
Segundo a avaliação predominante no mercado, o tarifaço de 50% sobre as importações do Brasil veio mais fraco do que as expectativas iniciais. Além disso, os analistas, em sua maioria, acreditam que haverá alguma brecha de negociação para que o governo federal tente incluir outros produtos nacionais na lista de exceções do tarifaço, que já conta com quase 700 itens.
Dólar
- Às 9h26, a moeda norte-americana avançava 0,02% e era negociada a R$ 5,591, praticamente estável.
- No dia anterior, o dólar fechou em alta de 0,38%, cotado a R$ 5,59.
- Com o resultado, a moeda dos EUA acumula ganhos de 2,88% no mês e perdas de 9,54% no ano frente ao real.
Ibovespa
- As negociações do Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil (B3), começam às 10 horas.
- Na véspera, o indicador fechou em alta de 0,95%, aos 133,9 mil pontos.
- Com o resultado, a Bolsa brasileira acumula queda de 3,64% em julho e alta de 11,24% em 2025.
Tarifaço de Trump desidratou
O principal destaque desta quinta-feira ainda é a repercussão dos investidores em relação ao tarifaço comercial de 50% confirmado, no dia anterior, pelo presidente dos EUA, Donald Trump, sobre parte dos produtos importados do Brasil pelos norte-americanos.
Apesar da ordem executiva, Trump deixou quase 700 itens de fora do tarifaço, como produtos aeronáuticos civis (o que interessa à Embraer), suco e derivados de laranja (suco e polpa), minério de ferro, aço e combustíveis, por exemplo
A medida se baseia na Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional (Ieepa, na sigla em inglês), de 1977, e declara a instauração de uma nova emergência nacional nos EUA em relação ao Brasil.
Entre os produtos isentos da taxa, estão itens como suco e polpa de laranja, minérios de ferro, derivados de petróleo, castanha, carvão, e peças de aeronaves civis – o que beneficia diretamente a Embraer.
Ao anunciar a medida, a Casa Branca confirmou que a tarifa extra de 40% contra o Brasil, que se soma à anterior de 10% aplicada em abril deste ano, não é motivada apenas por questões econômicas.
Em um comunicado, o governo norte-americano alegou que a retaliação econômica é uma resposta direta ao que classificou como “políticas e ações incomuns” do governo brasileiro, que prejudicam empresas dos EUA, cidadãos e a política externa no país.
Entre elas, estão o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), acusado de liderar um grupo criminoso que buscou um golpe de Estado no Brasil em 2022. Além disso, a Casa Branca citou decisões do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), contra plataformas de mídia social norte-americanas.
Desemprego no Brasil
No cenário doméstico, os investidores repercutem os dados de emprego divulgados na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com o levantamento, o desemprego no Brasil ficou em 5,8% no trimestre encerrado em junho, ligeiramente abaixo das estimativas do mercado (que giravam em torno de 6%). Trata-se da menor taxa de desocupação da série histórica, iniciada em 2012.
No trimestre encerrado maio, o desemprego havia ficado em 6,3%, ante 6,6% registrados em abril.
Copom e Fed sem surpresas
Os investidores também repercutem as decisões de política monetária no Brasil e nos EUA, anunciadas na véspera. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu encerrar o ciclo de altas da taxa básica de juros do país, a Selic. A taxa foi mantida em 15% ao ano, após sete aumentos consecutivos.
O ciclo de aperto monetário teve início em setembro do ano passado, quando o comitê decidiu interromper o ciclo de cortes e elevar a Selic, que passou dos então 10,50% ao ano para 10,75% ao ano. A taxa de juros, de 15% ao ano, ficará vigente pelos próximos 45 dias.
O órgão do BC considera ainda que o tarifaço imposto pelo presidente dos EUA, Donald Trump, aumenta o nível de incerteza do cenário econômico. É isso o que afirmou o comunicado divulgado pelo Copom nessa quarta-feira (30/7). O documento apresenta os principais motivos que levaram o colegiado a manter a Selic em 15% ao ano, o maior patamar desde julho de 2006. Para isso, ele faz uma análise da conjuntura econômica nacional e internacional.
A manutenção da Selic já era amplamente esperada pelo mercado. Ela havia sido indicada na última reunião do Copom, em 18 de junho, quando os integrantes do órgão, formado pela cúpula do BC, anunciaram pela primeira vez a interrupção do ciclo de alta dos juros, assim como sua permanência em 15% por longo prazo.
No comunicado desta quarta, o Copom disse que “antecipa uma continuação na interrupção no ciclo de alta de juros”. Depois disso, repete as ponderações feitas em junho, afirmando que vai “examinar os impactos acumulados do ajuste já realizado, ainda por serem observados, e então avaliar se o nível corrente da taxa de juros, considerando a sua manutenção por período bastante prolongado, é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta”.
Nos EUA, na quinta reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Federal Reserve (Fed, o Banco Central norte-americano) desde a posse do presidente Donald Trump, as expectativas do mercado foram confirmadas e a taxa básica de juros se manteve mais uma vez inalterada, na faixa entre 4,25% e 4,5% ao ano.
A decisão não foi unânime. Dois integrantes da autoridade monetária votaram por uma redução de 0,25 ponto percentual na taxa de juros. Pela primeira vez em mais de 30 anos, desde 1993, o colegiado teve dois votos contrários à decisão majoritária. O Fomc é composto por 12 integrantes.
Os dois membros do comitê do Fed que não acompanharam a decisão tomada pela autoridade monetária foram a vice-presidente de Supervisão, Michelle Bowman, e o governador Christopher Waller – um dos nomes especulados como possível sucessor de Jerome Powell, atual presidente do Fed e cujo mandato termina em maio de 2026.
Tanto Bowman quanto Waller foram indicados ao comitê pelo presidente dos EUA, Donald Trump, o maior crítico da política monetária conduzida por Powell à frente do Fed.
Renda, gastos pessoais e seguro-desemprego nos EUA
Ainda nesta quinta-feira, o mercado acompanha os dados do Departamento do Comércio sobre renda e gastos pessoais nos EUA em junho, além do deflator do índice de preços de gastos com consumo (PCE).
Também nesta quinta, o Departamento de Trabalho dos EUA divulga o número de novos pedidos de seguro-desemprego requeridos na semana até o dia 26 de julho. Na semana anterior, foram 217 mil pedidos.